A chegar em casa, esta tarde, encontrei nossa cadelinha estrebuchando, tremendo e já toda entrevada.
Corri com ela imediatamente para o veterinário - Foi chumbinho, ele disse, enquanto ministrava à cadelinha os medicamentos de praxe.
Há pouco, ele me notificou a morte dela.
Temos por aqui um morador absurdo. Ninguém sabe quem é. Já perdemos dois gatos; os vizinhos da frente quase perderam seu cachorrinho. Meu irmão, que morava ao lado, teve também um cachorro envenenado.
Dá vontade de sair à caça do filho-da-puta, mas a tristeza não deixa: um animal assim como esse vizinho imbecil talvez não mereça tanta atenção: um dia, de tanto lhe querermos mal, ele haverá de ir também, estrebuchante e sozinho, meter-se na sua cova.
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