Rabiscos e olhares, na frequencia e na medida do possível, ao meu tempo e ao contexto em que vivo.
terça-feira, 6 de novembro de 2012
Resposta a um de meus leitores
sexta-feira, 27 de abril de 2012
Un ateo de catecismo
Eis aqui um extrato de Confesiones de un ateo, belo texto de Roberto Castillo Sandoval, publicado no seu Noticias secretas - Crónicas y comentarios desde la Región y Archipiélago de las Antípodas, interessante blog chileno de política e cultura.
Soy un ateo de catecismo, de los que van derechito al infierno.
Una amiga monja que sabía mi secreto siempre andaba tratando de curarme de mi ateísmo. Una tarde me preguntó si alguna vez yo había creído en Dios. Me acordé entonces de mi Primera Comunión, a los ocho años. Gracias a mis lecturas, yo estaba como el trapito del cóctel molotov, listo para el fósforo divino. Tenía la cabeza empapada de leseras fantásticas sacadas de las novelas de Emilio Salgari y de Julio Verne. En el catecismo de preparación para la Eucaristía, había descubierto que algunos de los cuentos de la Biblia le hacían el peso a las aventuras del Tigre de la Malasia o el Capitán Nemo. Había excelentes mini-series de cautiverios, travesías por el desierto, arbustos-llamaradas con voz de trueno, ciudades incendiadas, inundaciones y océanos que se dividen, venganzas cabronas, amores clandestinos y harta sangre. Las Sagradas Escrituras me agarraron por el lado sensacionalista: “Mujer mirona se convierte en estatua de sal”, “Lluvia de sapos en Egipto”, “OVNI en la carretera de Damasco causa volcamiento”, “Nueva desgracia de Job”.
Y así, en medio de mi Primera Comunión, se alineó el sol de tal manera con el planeta Tierra, que un rayo fulgurante pasó por el ojo de ámbar de un vitral de la parroquia de San Miguel y fue a dar directamente sobre mi cabeza engominada. El golpe de electricidad divina casi me chamuscó la cintita blanca con letras doradas que me habían amarrado al brazo. Yo pasaba por un momento de angustia, debido a que tenía la hostia adherida al paladar y no lograba despegarla con la lengua. Tocar la hostia con los dedos era pecado mortal, aparte de poco digno. Cuando una arcada satánica estaba a punto de derrotar mi incipiente santidad, el impacto del rayo de sol soltó la oblea sacra. Lo que sentí al tragarla sólo lo puedo comparar con ese calorcito que se extiende esófago abajo después de un sorbo de ron macizo.
Para arejar o momento, leia o artigo completo.
segunda-feira, 23 de abril de 2012
"(...) o esforço para a felicidade é quase desumano e precisa ser feito a cada segundo, em cada pensamento e cada gesto. Por isso é tão fácil desistir de ser feliz e apenas sobreviver."
(Valter Hugo Mãe)
segunda-feira, 12 de março de 2012
Sobre heranças e memórias...
Com essa epígrafe, Hannah Arendt inicia seu texto Entre o passado e o futuro (1972) sobre os legados que uma geração deixa a outra e que são guias imprescindíveis para que cada uma seja capaz de posicionar-se no presente como sujeito da História. Para tanto, segundo ela, é necessário que as gerações sejam capazes de nomear suas realizações, seus feitos, dar sentido a eles e, assim, poder ofertá-los àqueles que chegam ao mundo.
Do livro Cartografias do envelhecimento na contemporaneidade - Velhice e terceira idade, de Mariele Rodrigues Correa, p. 7
domingo, 19 de fevereiro de 2012
De Umberto Eco
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Sobre "Cavalo de guerra".
Decepcionado após ver, ontem, "Cavalo de guerra". Minhas impressões aqui são apressadas e superficiais - a imagem geral que me restou da obra.
O filme já nasceu prontinho para a Sessão da Tarde - nem precisa envelhecer. E faltou açúcar na lata do Spielberg: com uma narrativa mais que melíflua, com personagens esquemáticos, sem consistência dramática, o diretor parece conter-se (por tédio de veterano?) em quase todos os aspectos que poderiam tornar o filme memorável. Os primeiros minutos até que se desenham como uma promessa... mas ficam nisto. No final, tudo assume uma coerência danada: heróis involuntários, animais que parecem gente, campos de guerra com jeito de parques de paintball, personagens alemães e franceses falando inglês (umas vezes com um sotaque inexplicável, mesmo no caso de Emilie, que é francesa)... tudo pontuado pela música de John Williams (enternecedora e empolgante, é claro), que lembra os grandes épicos de Enio Morricone e do próprio JW, contra uma paisagem estonteantemente linda, às vezes de tirar o fôlego. (Queria poder filmar com esse diretor de fotografia - Janusz Kaminski!)
Acho que a cena mais interessante - e que pode tornar-se antológica (justamente porque a sequencia é temperada com uma agradável dose de ironia) - é a fuga de Joey na madrugada e seu salvamento quando acaba na terra-de-ninguém.
Enfim, à guisa de arremate: quem quiser curtir o filme deve ir vê-lo sem expectativas. Acho que procurei nele mais do que tinha pra me dar; pensava em algo bonito, aventuroso e sério, como alguns outros do diretor... mas, não é o caso de "Cavalo de guerra" - é um Spielberg, sim, mas bem mediano e mesmo assim vai lavar nas bilheterias do mundo. Próprio da grande indústria.