Minha lua de Vesak
Borges de Garuva
Miro o escuro.
Atiro um pensamento.
(Algures alguém alcançará?)
Na noite nova de chuva,
o vinho rural a sós
e uma viola que ponteia...
O escuro me devolve nada.
Não tenho Buda.
Não gosto dos natais.
A ressurreição há de ser amanhã
(a de sempre).
Cada dia
sou a seta-pensamento
que atiro no escuro
quando a noite chega.
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