terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Relatos de São Leopoldo 2


O segundo dia do Fórum Social 2010 em São Leopoldo abriu com uma interessante e bem-humorada exposição de Carlos Baráibar, veterano senador do Uruguai, que falou da Frente Ampla - uma articulação exemplar de TODOS os partidos da esquerda (mais do que uma coalizão, trata-se de um movimento político de esquerda), que, segundo ele, funciona com o mesmo Código de Compromisso de Conduta Política desde que foi criada, em 1971. Desde então, o Código nunca foi contestado nem modificado e somente um único partido, em todos estes anos, acabou deixando a Frente, porque bandeou para a direita.

Na mesma mesa, estava a dramaturga uruguaia e atual assessora da Diretoria de Cultura de Montevidéu. Em sua fala, lembrou que a unidade da esquerda não é questão tática, mas estratégica e sugeriu que, para neutralizar a ação da imprensa comprometida com interesses conservadores, no Uruguai as redes eletrônicas foram fundamentais nas últimas eleições e estão provocando uma revisão geral na prática de militância dos 700 comitês de base da Frente Ampla.


A segunda mesa tratou do tema Os governos locais e a Convenção da Diversidade. Houve consenso entre os participantes de que a Convenção produziu frutos interessantíssimos em todos os países, especialmente no Brasil, onde um Ministério da Cultura cada vez mais fortalecido nos últimos anos, tem conseguido implementar uma política voltada para o reconhecimento e o estímulo à diversidade cultural que caracteriza o país.

Também no Peru, segundo Luis Repetto, ex-ministro da cultura daquele país, as políticas públicas contemplando a diversidade tem produzido bons efeitos. Lembrou a importância que teve e tem a Carta Iberoamericana de Cultura.

(Continua.)


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