segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Sobre o novo curta de Fábio Porto.

Gostei. Bem-humorado. Parece que o roteiro e a direção vão caminhando numa corda bamba do início ao fim do curta - sem afundar em exageros nem se perder nas superfícies. O que era para ser brincadeira provocante, virou um recurso capaz de puxar vários fios para boas conversas a respeito da produção artística em Joinville e do Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura, o Simdec.

Nos papos após a première quatro temas foram recorrentes: (1) o imperativo da defesa do Simdec (Joinvile é um dos raros municípios que adotam esta forma democrática de distribuição de recursos para a área artístico-cultural); (2) a complexidade do trabalho da CAP e das bancas de seleção (que têm de escolher entre numerosos projetos, a partir de diversos critérios, os que deverão merecer os recursos do mecenato e do edital; (3) o reconhecimento da evolução das propostas a cada ano que passa, somado à percepção de que o Simdec não deve ser considerado a única fonte de recursos para a criação artística; e (4) a importância da apresentação de bons projetos, completos e corretos (com toda a documentação solicitada, redigidos em termos claros na descrição do seu objeto, na justificativa da proposta, nos seus orçamentos e nas suas contrapartidas).

Por falar nisto, a boa combinação entre imaginação e objetividade em geral resulta em bons projetos. Também é preciso dar tempo para que o projeto amadureça, tratando dele com boa antecipação - é visível, na CAP, quando o projeto foi elaborado no apagar das luzes do prazo de inscrição. E, sobretudo, é preciso considerar a realização do projeto dentro da realidade: a coerência entre a descrição das ações e o orçamento é absolutamente necessária. (O próprio Simdec oferece uma bateria de oficinas preparatórias para elaboração de projetos nas primeiras semanas depois do lançamento dos editais. Informação na página do sistema: http://www.simdec.com.br.)

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