segunda-feira, 28 de julho de 2008

Por falar em hortelã...

 

Meu caso com as hortelãs lembrou-me - de longe, é verdade, mas calha mencionar - o caso dos jornais com os cronistas.

Estes são como as hortelãs em relação aos jornais. Somem, desaparecem, ou, quando aparecem, vêm regateando um preço muito alto pelo seu trabalho. Então, os jornais, por assim dizer, abrem as pernas e começam a aceitar crônicas de qualquer um. Basta que rabisque um certo número adequado de caracteres pro sujeito ou a sujeita ganhar espaço privilegiado no jornal.

Em pouco tempo, as publicações começam a pulular de subcronistas e de subcrônicas - uma praga de cura muito lenta e gradual, capaz de obscurecer inclusive aqueles pouquíssimos que, quando escrevem, mais do que à inspiração recorrem à reflexão - sem perder de vista a noção de que a crônica é, afinal de contas, literatura (ainda que homeopaticamente ministrada em mínimas doses diárias).

Estarei exagerando? Sei lá... De minha parte, posso contar nos dedos os cronistas cuja leitura regularmente me dão prazer nos dois jornais locais de que sou assinante: José Antônio Baço, Arnaldo Jabor, Carlos Schroeder, Rubens da Cunha, Jurandyr Arruda... Se de outros me esqueci, lembrarei depois, durante a semana, à medida que for lendo os seus textos. Mas, são poucos, não?

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